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Arquitetos: SAA Arquitectura + Territorio
- Área: 108 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Esteban Arteaga
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Fabricantes: AutoDesk, Behr, Maderas nativas de Mañio, Robert McNeel & Associates, Topwood
Descrição enviada pela equipe de projeto. A encomenda do projeto consistiu em um abrigo nas montanhas em um terreno dentro de uma antiga floresta, alta e muito densa, imerso na reserva ecológica de Huilo Huilo, zona de cordilheira da região de Los Ríos, no sul do Chile.
O refúgio, construído inteiramente por carpinteiros locais, foi projetado inteiramente em madeira e teve seu planejamento pautado pelas condições remotas de sua localização e pelas dificuldades de construção. O projeto foi construído com um processo análogo, sem rede elétrica, com dificuldade de deslocamento dos centros de distribuição de materiais, e um prazo curto para o processo de construção.
O partido geral foi definido a partir de uma primeira visita de campo, na qual foram verificadas as propriedades espaciais da floresta. Uma alta densidade arbórea de estrato baixo, médio e alto, e uma altura média de 25 metros foram as premissas que revelaram o alto valor ecológico do local e formaram o partido geral do projeto, que corresponde à configuração de um espaço a partir de um volume que recolha a luz de maneira vertical dentro da área definida pela própria implantação do edifício no lote, evitando, assim, a remoção de vegetação no perímetro da obra.
Assim, o projeto é organizado a partir de uma planta quadrada de 11 metros de arestas, que é perfurada para criar um vazio central, também quadrado, de 3,5 metros de cada lado, aberto à paisagem das copas das árvores, ao céu, à chuva e à luz. Este centro de luz tem seu perímetro limitado por uma parede de vidro, iluminando a partir dela, todos os ambientes comuns e de circulação, melhorando a condição de abrigo através da criação de um espaço vivo que recebe luz no interior. A organização da planta a partir deste centro, é configurada em duas alas programáticas, a leste com os dormitórios, e a oeste com a cozinha, salas de jantar e de estar, deixando o quadrante sul como um espaço de acesso, e o quadrante norte como um terraço para a área externa.
O desenho propõe uma relação distante com o solo, subindo 40 centímetros do ponto mais alto de sua localização, para tomar uma altura de cerca de 3 metros no ponto mais baixo, contra a encosta. Esta dilatação do solo, permite evitar a umidade, deixando também o espaço necessário para o livre crescimento de espécies vegetais e a circulação de animais, típica da biodiversidade destas florestas úmidas.
A fim de proteger a superfície impermeável do telhado contra impactos, quebras e perfurações que poderiam ser causados pela queda de galhos durante o inverno, optou-se por proteger o telhado por meio de um acabamento de madeira aparente. A solução técnica consistia em instalar uma membrana impermeabilizante em todo o envoltório do abrigo, que desce do cume do teto até o nível inferior da parede da fachada. Esta membrana permite que a água corra livre e continuamente dentro da fachada, sendo interrompida apenas nas aberturas das janelas.
A membrana, tanto no teto quanto nas paredes externas, foi colocada sobre a placa OSB e sobre as ripas colocadas na direção da inclinação, formando calhas através dos quais a água é conduzida. Sobre estas ripas foram fixadas transversalmente seções de madeira impregnada e selada, que depois recebem o mesmo acabamento da fachada, feita em madeira de pinho tratada termicamente que, por ser tratada quimicamente tem maior durabilidade, maior estabilidade em seu dimensionamento, sendo também mais resistente a agentes químicos produzidos por fungos.
O acabamento contínuo do revestimento é consolidado pela ausência de beirais, evitando assim os cantos sombrios e úmidos, e a deformação da estrutura pelo peso da neve. Esta decisão resulta em uma compactação volumétrica enfática, que sublinha a expressão mono-material da proposta, definindo sua presença no meio da floresta como uma singularidade.
